sábado, 1 de dezembro de 2012

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER



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Depois de quatro anos em Genebra, Sabina estava morando em Paris e não conseguia melhorar de sua tristeza. Se alguém perguntasse o que lhe tinha acontecido, não saberia explicar. O drama de uma vida pode sempre ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo sobre os ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? Nada. Deixara um homem porque quis deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quis vingar-se? Não. Seu drama não era de peso, mas de leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser. 

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